É curioso pensar que o ato de SER HUMANO, em algum momento da história, deixou de ser uma característica inata, pura e fluida nossa pois, mesmo que selvagens, ainda sim, éramos puramente e naturalmente humanos.
Humanos em nossas descobertas, em nossa sensibilidade de criação e criatividade e na percepção do que somos capazes de aprender e de se adaptar para transformar.
Nosso processo evolutivo, ocorrido através de diferentes eras, nos mostra que somos seres em constante transformação e movimento. Ao longo da história, utilizamos de nossas habilidades de adaptação e conhecimento sempre em busca da nossa sobrevivência.
Aquele mesmo homem das cavernas que descobriu que, ao cultivar à beira do rio, ele teria comida ao longo do ano e não precisaria mais ser um nômade, séculos depois, também aprendeu que o campo já não seria o suficiente para suprir suas necessidades e que as oportunidades se encontravam na cidade civilizada, estruturada de asfalto, hospitais e escolas e, portanto, o seu futuro estaria dentro das fábricas, nas linhas de produção, etc.
Ele, então, vai além e entende que seu passe de entrada é o conhecimento. Assim, foi buscá-lo na academia, foi se capacitar, adquirir conhecimento para que, depois, pudesse vendê-lo à um preço de um “bom” salário e fazer uma carreira de sucesso. Nesse ambiente ele aprendeu sobre competição, sobre ganância e ganhar a qualquer custo. Entendeu que o sucesso, na verdade, tem a ver com o número de zeros em sua conta no final do mês, com o valor do carro que ele consegue comprar, quantos bens ele adquiriu e quantas entregas ele fez. Afinal, são essas qualidades que dão a ele o prêmio de funcionário do mês. O destaque necessário para ele ser visto, reconhecido e sobreviver.
O SER HUMANO virou uma máquina. Armado para atacar e se proteger. E dessa vez não é de animais selvagens e, sim, de seres humanos domesticados, letrados e bem sucedidos, dentro de um ambiente supostamente seguro: o local onde trabalha.
Entrega resultados e atropela pessoas e sentimentos. Um ser de sucesso, sem dúvida e sem questionamento. Será?
Até que um dia, o coração pára, a mente apaga e o mundo dá uma pausa. E, muitas vezes, é tarde demais. Tarde demais para voltar e abraçar a família, tarde demais para sentir o sol na sua face, tarde demais para VIVER o real valor da vida.
Quantos talentos foram podados e desperdiçados por não serem vistos através dos olhos da sensibilidade?
Quando substituímos o SER do humano pelo TER e nos colocamos, deliberadamente, à mercê do material, expelindo da nossa consciência toda a nossa essência?
Quantas milhões de pessoas tiveram que quase morrer em busca de resultados para entender o que é viver?
Onde foi que nos DESUMANIZAMOS?
Gosto de pensar que hoje vivemos a Era da Humanização do Ser Humano. A redundância está apenas nas palavras pois, de fato, estamos vivenciando esse fenômeno e precisamos dele para a nossa sobrevivência.
A pesquisa “A Vez do Feminino”, realizada pela marca da Nestlè, Molico, em parceria com a antropóloga Mirian Goldenberg, revelou que o trabalho é o espaço onde fica mais claro o descompasso entre o mundo masculino em que estamos inseridos e a realidade feminina idealizada pelos brasileiros. Enquanto em casa nos sentimos livres para sermos nós mesmos e para expressar nossa parcela feminina – podendo transparecer emoções, compartilhar inseguranças e oferecer apoio para aqueles que precisam –, da porta para fora somos impelidos a abandonar essas atitudes e vestir uma “armadura” e que a comparação entre como os brasileiros são encorajados a agir no trabalho e como eles gostariam de agir evidencia ainda mais o abismo que separa esses dois universos.
Outros números relevantes também foram levantados na pesquisa, comprovando que no ambiente de trabalho a maioria dos entrevistados gostaria de valorizar todos os membros da equipe (59%), promover um ambiente acolhedor (58%) e inspirador (54%). Quando falaram sobre como são incentivados a agir no dia-a-dia, 60% das pessoas mencionaram a importância de resolver os problemas de forma rápida e 52% destacaram também o foco no resultado como valor central, o que possivelmente faz com que o processo não seja tratado tão delicadamente.
A pergunta que fica é: se os brasileiros (e outras pessoas ao redor do planeta) idealizam um mundo mais feminino e gostariam de conviver em um ambiente mais amigável e harmônico, o que nos impede? Será que se abrirmos nossas armaduras e deixarmos nossa verdadeira essência humana transparecer, nossa sobrevivência estará em jogo? Seremos vistos como fracos, e incapazes?
A resposta está no equilíbrio. Segundo Mirian Goldenberg, o fato de as pessoas desejarem um ambiente de trabalho em que se valorize a cooperação, a confiança e a empatia não significa que foco, competitividade e apetite pelo risco não sejam importantes. Mas é preciso que haja um equilíbrio. O problema é que no meio corporativo os valores relacionados ao feminino são praticamente ignorados ao passo que os atributos considerados masculinos são supervalorizados.
Outro dado muito importante para a nossa reflexão, também trazido pela mesma pesquisa, é que apenas 4% dos entrevistados, quando perguntados sobre o momento do dia que se sentem felizes, disseram “trabalhando”, enquanto a grande maioria (78%) é mais alegre ao lado de amigos e familiares.
Pois bem. Toda essa informação nos mostra que há uma ENORME contradição entre o que queremos e o que realmente praticamos.
A boa notícia é: se fomos nós que moldamos os ambientes em que convivemos, se somos capazes de evoluirmos e estarmos em constante transformação – como nossa própria história evolutiva nos mostra – se vivemos e aprendemos então, de fato, podemos mudar – e estamos.
Então, por onde começar?
A verdade é que já começou.
E é nesse contexto dessa nova Era que a Mubius WomenTech entra como pioneira e protagonista na pauta do feminino por uma ótica diferente. Nosso ponto de partida é o feminino como valor, e não só como gênero – valores esses que são relevantes para o mundo e para o mercado e que podem e devem ser praticados por mulheres e homens. Nosso objetivo é promover a complementaridade entre os gêneros, o que resulta na melhoria dos negócios, produtos, serviços, da economia, da sociedade e do mundo em que vivemos.
Somos a 1ª WomenTech do Brasil (e arrisco a dizer do mundo) que tem como foco pessoas e valores, a mudança e a inovação, que geram impactos e resultados benéficos, concretos e tangíveis. É por esses motivos que nós da Mubius WomenTech Ventures apoiamos, investimos e estruturamos startups que oferecem soluções eficazes e inovadoras para o universo feminino.
Quer conhecer mais sobre o Jeito Mubius de Ser? Convido você a vir com a gente e fazer parte dessa nova era de evolução.
Fundadora e CEO da Mubius WomenTech Ventures
Colunista Rádio BandNews BH | Colunista Startupi | Colunista Economia SP
Investidora Anjo | Lean Startup Advisor