No cenário dinâmico, acelerado e altamente competitivo das startups, a capacidade de equilibrar operações atuais enquanto se planeja e se adapta para o futuro é de extrema importância. Esse equilíbrio é conhecido como ambidestria organizacional.
Mas o que exatamente isso significa para uma startup? E como essa abordagem pode ser aplicada para impulsionar tanto o crescimento estratégico quanto a inovação?
Falando um pouco sobre o conceito de Ambidestria Organizacional:
O termo “Ambidestria” originalmente se refere à habilidade de usar ambas as mãos. Originada do latim “ambi” (ambos) e “dext” (certo), o conceito foi introduzido na gestão há menos de duas décadas. Em 2004, um artigo da Harvard Business Review trouxe o dilema de cuidar do negócio atual enquanto se prepara para negócios futuros, no artigo: The Ambidextrous Organization.
Desde então, vários estudos abordaram o tema “Ambidestria” em contextos como Escala vs. Agilidade, Inovação fechada vs. Inovação aberta, e Flexibilidade vs. Estabilidade. O desafio é grande, e priorizar de forma desequilibrada pode comprometer o crescimento saudável das startups.
A ambidestria organizacional pode ser estruturada de duas formas principais:
Ambidestria estrutural: Envolve a criação de estruturas separadas para diferentes tipos de atividades, Ou seja, unidades de negócios centrais se concentram em produtos e mercados existentes, enquanto departamentos de P&D e desenvolvimento de negócios exploram novas tecnologias e tendências futuras. Essa separação é necessária devido à natureza distinta das atividades envolvidas.
Ambidestria contextual: Refere-se ao contexto de atuação das startups e seu time, onde indivíduos são encorajados a serem flexíveis e a adotar múltiplos papeis. Existem quatro comportamentos contextuais ambidestros:
- Tomada de iniciativa: Indivíduos ambidestros tomam a iniciativa e estão sempre alertas para oportunidades além de suas responsabilidades imediatas. Por exemplo, um gerente de vendas percebe uma necessidade de mercado e desenvolve uma solução proativa.
- Cooperação: Indivíduos ambidestros são cooperativos e buscam oportunidades para colaborar uns com os outros. Um exemplo é um gerente de marketing que cria um fórum para compartilhar práticas e colaborar com os planos de marketing.
- Correlação: Indivíduos ambidestros atuam como corretores, conectando diferentes partes da organização. Por exemplo, um gerente que identifica oportunidades de investimento e conecta diferentes atores do ecossistema para capitalizá-las.
- Multitarefas: Indivíduos ambidestros são confortáveis em gerenciar múltiplos papeis simultaneamente. Um exemplo é um gerente de operações que, além de suas responsabilidades principais, desenvolve novos serviços para agregar valor aos clientes.
O segredo para a ambidestria organizacional está em encontrar o equilíbrio certo entre o foco no presente e o planejamento estratégico para o futuro. Para startups, isso significa:
No curto prazo:
- Manter operações eficientes e atender às necessidades imediatas dos clientes.
- Garantir a qualidade dos produtos e serviços oferecidos atualmente.
No longo prazo:
- Investir em pesquisa e desenvolvimento para explorar novas tecnologias e mercados.
- Desenvolver estratégias de crescimento sustentável e escalável.
Avaliar o ponto em que uma empresa está em sua jornada de ambidestria é de extrema importância. Isso envolve identificar onde a empresa está atualmente e definir caminhos estratégicos para equilibrar operações e inovação.
A ambidestria organizacional oferece um novo paradigma para o crescimento estratégico e organizacional das startups. Ao balancear as demandas de curto prazo com a visão de longo prazo, as startups podem não apenas sobreviver, mas também prosperar em um ambiente competitivo. Implementar a ambidestria requer um compromisso com a inovação, uma estrutura organizacional adequada e uma liderança que entenda a importância de equilibrar eficiência e adaptabilidade.
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