Em 1859, o naturalista britânico Charles Darwin, publicava o livro “A origem das espécies” e mudava radicalmente a biologia com sua Teoria da Evolução. Pela primeira vez na história, foram oferecidas provas científicas sobre a possível evolução das espécies.
De acordo com a sua teoria, há uma luta pela sobrevivência na natureza e aquele que sobrevive não é necessariamente o mais forte e, sim, o que melhor se adapta às condições do ambiente em que vive.
Cento e sessenta e quatro anos depois, em plena era da digitalização, da inteligência artificial e novos modelos de negócios, o Darwinismo nunca fez tanto sentido e eu vou explicar o porquê neste artigo.
Não é de hoje que empresas vêm repensando seus impactos no mundo e seu relacionamento com colaboradores, clientes e parceiros. Com a chegada da Pandemia do Covid-19 em 2020, esse processo acelerou ainda mais e intensificou pautas importantes como, por exemplo, o ESG. Esses novos cenários levaram as empresas a se reinventarem, exigindo de suas lideranças tomadas ainda mais ágeis de decisão e, principalmente, adaptabilidade.
A inovação ocupou uma posição para além de ser uma simples aliada: ela assumiu a frente estratégica, diretamente ligada aos resultados, à sobrevivência e à perenidade dos negócios.
Processos já iniciados, mas que ainda arrastavam para serem implantados, muitas vezes por insegurança, resistência ou até mesmo timing, tomaram frente no processo de mudança. Inovar deixou de ser opção para se tornar necessidade. E esse processo tem tudo a ver com a cultura da empresa e como ela se relaciona com o seu ecossistema.
Ao fazer o Curso de Lean Governance da Board Academy Br e percorrer temáticas diversas como Cultura Organizacional e Comunicação Estratégica, Organização Jurídica, Gestão de Sócios e Gestão de Riscos e Conselho para Startups e os seus papéis, entre outros, pude não somente aprofundar na teoria, como também colocar em prática tudo aquilo que aprendi ao longo dos 8 módulos.
Como CEO da Mubius WomenTech Ventures, uma Venture Builder com foco em WomenTechs, foi extremamente importante constatar e validar algumas teorias quando se aplica o Lean Governance:
- torna a empresa mais ágil e capaz de responder rapidamente a mudanças no mercado ou a problemas internos, o que é especialmente importante para se promover um ambiente de negócios dinâmico.
- enfatiza o envolvimento dos funcionários em melhorias de processos, e promove a participação ativa dos membros da diretoria e da equipe de liderança na governança da empresa.
- visa tomar decisões que agreguem valor aos acionistas e partes interessadas, priorizando seus interesses.
- gera melhoria contínua, e isso se estende à governança. Isso significa que as práticas de governança são constantemente revisadas e aprimoradas para se adaptarem às mudanças no ambiente de negócios e às necessidades da empresa.
- contribui para a criação de uma cultura de excelência, onde o foco na qualidade, na eficiência e no valor ao cliente se torna parte integrante da cultura organizacional.
- promove a transparência em todas as decisões e ações da empresa, o que aumenta a confiança das partes interessadas e enfatiza a prestação de contas para garantir que os líderes sejam responsáveis por suas decisões.
Como líder nesse cenário, entendo que ainda há muitos desafios a serem geridos, porém vejo com olhos otimistas uma era onde pessoas e negócios se tornam cada vez mais humanizados e conectados com seus propósitos.
Palavras como pressão, competição, rapidez e cobrança estão sendo substituídas por incentivo, colaboração, eficácia e acolhimento. Na Mubius WomenTech Ventures nós praticamos o feminino como valor que é capaz de promover as bases da transformação que realmente queremos ver e o Lean Governance se alinha a essas premissas.
Por fim, chego à conclusão de que a teoria da evolução de Charles Darwin pode ser uma metáfora útil para entender como as empresas podem se adaptar e prosperar nos novos modelos ágeis de negócios. Embora a teoria de Darwin se aplique ao contexto biológico, muitos de seus princípios podem ser adaptados para o mundo empresarial e ágil. Portanto, o que nos resta é EVOLUIR para INOVAR, ou seria INOVAR para EVOLUIR?
Carol Gilberti
Fundadora e CEO da Mubius WomenTech Ventures
Colunista Rádio BandNews BH | Colunista Startupi | Colunista Economia SP
Investidora Anjo | Lean Startup Advisor